Setembro Amarelo: Prevenção e Ambiente Seguro na Internet
- ocarcaranews
- 10 de set. de 2021
- 4 min de leitura
Em setembro, somos convidados a refletir sobre o valor da vida com todos os tons de amarelo.
Esta é uma homenagem ao Mike que aos 17 anos que morreu por suicídio em 1994 em seu carro amarelo. Em seu funeral, foi distribuído por amigos e familiares um cartão com um laço amarelo e mensagem de oferta de ajuda para aqueles que estivessem em sofrimento.
Como podemos saber que alguém ao nosso lado está em sofrimento? Quando saber que o ‘tudo bem’ da resposta pronta não significa que algo não está bem? Sugiro olharmos para o panorama do mundo atual.
Recentemente fomos atropelados pela Pandemia de Covid, todos nós fomos atingidos de uma forma ou de outra. Questões que deixávamos para lá, como se pudéssemos evitar por toda uma vida vieram à tona. Entre elas a convivência do dia a dia, com os próximos convivendo no mesmo espaço e os que parecem estar próximos, mesmo estando atrás da tela preta do seu eletrônico.
Iremos, eu e meu colega Caio Cesar, realizar uma Live sobre o Setembro Amarelo, no Carcara no dia 10/09 às 19h00 no Instagram do Carcará. Caso tenha lido após a data desta publicação, o link estará disponível em nossas páginas.
Em nosso bate papo nos recordamos do jogo Second Life que foi lançado em 2003, que ‘causou’ entre os jovens da época que passam o dia inteiro vivendo num mundo virtual através de um avatar (uma versão digital do jogador). Me pergunto se durante a pandemia, caro leitor, todos passamos a vivemos desta forma, como se fossemos avatares de nós mesmos nas redes sociais. Encontramos outras formas de nos comunicar, trabalhar, estudar e se divertir.
Será que estamos preparados para lhe dar com a falta de convivência do mundo real? O que vivemos na internet tem mais peso do que o que vivemos no mundo real?
Tenho trabalhado desde agosto uma série de textos (links disponíveis no final desde texto) no Carcará desde a morte por suicídio do filho da cantora Walkiria Santos - pela qual nos do Carcara nos solidarizamos - e que falam de como as redes sociais se tornaram ambientes hostis e inseguros para todos nós.
Então o Fantástico do dia 05/09, pública uma reportagem especial sobre o impacto dos comentários negativos pelos haters a famosos e anônimos e qual é impacto real do cyberbullying. Todos podem ser atacados e por trás do ataque, o anonimato fornece ao indivíduo a certeza ataque não será punido e que sua opinião é a verdade absoluta sobre como as pessoas deveriam ser, se vestir, andar, falar e se comportar independe da sua vontade do atacado.
“...Eu fazendo o meu trabalho, escutando só besteira,
Sem talento, sem graça, forçada
Como é me ver com milhões dizendo que eu não valia nada?
Luísa Sonza, Intere$$eira. "
Os especialistas na reportagem dizem, que cada vez que há um ataque, os likes, compartilhamentos e respostas rebatendo as críticas, são é a atenção que alimenta os ‘odiadores’ a cada vez mais serem motivados a continuarem emitindo seus comentários raivosos.
Então por que as pessoas fazem isto?
Na live falaremos mais sobre, mas o que realmente posso adiantar que existe uma satisfação perversa no humano em ver o outro se sentir mal. Assim como existe uma necessidade humana em ser notado, amado, desejado. Talvez podemos considerar que este uma possibilidade o porquê as pessoas ao lerem tais comentários sejam tão impactadas emocionalmente. Vários relatos durante a reportagem de famosos e anônimos, e perceptível o impacto.
O alerta dado ao final da reportagem é um reforço que reproduziremos com as orientações. Caso seja vítima de um caso de cyberbullying, denuncie abrindo um boletim de ocorrência na delegacia da sua cidade. Os órgãos públicos precisam da estatística com os números de ocorrência para que sejam feitas as diligências, neste caso via levantamento dos dados do perfil, mesmo sendo falso, é passível de ser identificado, intimado a prestar esclarecimentos, e se for o caso a punição no rigor da lei.
O que leva a pergunta no início deste texto, como podemos saber que as pessoas ao nosso redor estão em sofrimento.
Abrindo espaço ao acolhimento, sem julgamentos. Ser presente. Orientar a busca de ajuda profissional. Promover um ambiente seguro. Um dos maiores mitos sobre o suicídio é que quem quer fazer não dá aviso. Isto é um mito, a realidade é outra.
De novo vou citar uma inspiração a suicidologista e educadora de pés descalços, a Dra. Karina O. Fukumitsu, um indivíduo entra em processo de morrência, não há uma única causa, ou doença “são várias situações que faz com que a pessoa vá se definhando na vida”. Portanto sempre é importante estar atendo aos sinais.
O suicídio é um ato definitivo para um problema que tende a ser temporário.’
Edwin S. Shneidman, psicólogo americano.
Se é temporário, é porque precisa de mais tempo para ser entendido e superado. Quando uma vida se apaga o tempo para, mas não para quem fica. Enquanto há vida há esperança. Por isto é importante que possamos fazer com que as pessoas se permitam ter tempo para enfrentar sua dor e seu sofrimento, não importando qual seja.
Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?
CAPS e UBS – Unidades Básicas de Saúde – Postos e Centros de Saúde UPA 24H / SAMU 192 e Pronto Socorro e Hospitais CVV – Centro de Valorização da Vida – 188 (Ligação Gratuita). Saiba mais:

Psicóloga Masilvia Diniz
@psicomasilviadiniz
Clínica da Ansiedade e Depressão
- CRP-06/89266
Atendimento Online para Brasileiros que vivem no Mundo.
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