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Mente & Corpo: Ano 1 Saúde Mental na Pandemia – Parte 2

Na primeira parte deste texto publicado na semana passadas, eu passei um cenário da saúde mental antes da pandemia. Havia uma disseminação de informação se tornando cada vez mais popular que as pessoas deveriam buscar profissionais especializados para o autoconhecimento e qualidade de vida.


Nas redes sociais post e vídeos de profissionais da área da saúde pipocaram sobre as doenças mentais e seus sintomas e pessoas comuns falando abertamente das suas condições mentais, o que estão sentido e expondo suas dores, se tornaram facilitadores para que outras pessoas começassem a perceber que existiam outra possibilidade além de ficar com a percepção que a própria vida “fica rodando em círculo”.


A Pandemia Covid-19 atropelou a todos nós, e além da elaboração de um protocolo que listava novos hábitos para o ‘novo normal’, a OMS alertou em março de 2020, que poderíamos assistir uma crise humanitária sem precedentes, acompanhada pelo impacto na economia mundial e possíveis impactos devastadores na saúde mental.


Depois do ano 1, podemos enxergar com clareza a crise humanitária, com um número que ultrapassam a casa dos milhões de vidas perdidas no Mundo, podemos sentir a perda do poder aquisitivo com os preços dos produtos da cesta básica. Porém será possível avaliar o impacto na saúde mental no presente momento?


Tudo que irei comentar nos próximos parágrafos são notícias que foram pesquisadas entre os dias 19 de março a 21 de abril de 2021, portanto se você veio do futuro e leu esta coluna, certamente as informações estarão defasadas. O convite ao leitor, indiferente de quando estiver lendo, é pensar neste texto como uma fotografia de um momento muito específico.


O Dr. Gallucci-Neto realizou uma pesquisa durante a pandemia e os números apontam que não houve um aumento expressivo nos diagnósticos, mas é necessários estamos atento. No artigo “Resiliência tem limites”: a saúde mental na pandemia de coronavírus’ na Veja Saúde, afirmou: “Tivemos estrutura emocional para suportar até agora, mesmo que tenha sido doído. Mas é como um elástico, vamos puxando até que arrebente.”


O termo resiliência originalmente é um conceito da física e se refere à propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica. A pergunta que permanece é o quanto somos capazes de suportar as pressões que estamos sofrendo?


Para além das notícias difíceis de digerir neste momento, cada pessoa teve sua experiência muito particular com a pandemia. Temos falado recorrentemente dos profissionais da linha de frente e certamente são os mais atingidos de desgaste físico e mental. Além deles, certamente os parentes dos ententes que nos deixaram durante a pandemia também vivem seu impacto: do luto e da impossibilidade de se despedir dos seus conforme os ritos. Assim como parentes dos que sobreviveram, relatam estresse depois de longos períodos de internação e incertezas.


Temos assistido muitas pessoas com dificuldades para trazer o alimento a mesa, muitos atos de generosidade e esperança. Assim como temos visto, muitos se queixarem de ter dificuldade de adaptação as rotinas de trabalho remoto. O vai e vem do início das aulas, isolamento social, alguns ainda estão longe da vacina, enquanto outros postam fotos nas redes sociais sendo vacinados com mensagens de otimismo e/ou protesto.


Cada um de nós vivendo sua pandemia particular, sendo afetado de formas diferentes uns dos outros, mas tentando se manter resiliente e esticando o elástico mental.


Como podemos saber se estamos sendo resilientes o suficiente? Aprendendo a estar atento aos sinais internos. O conceito difundido do autocuidado, que vem das enfermarias dos anos 1960, tinha como objetivo que cada um de nós começasse a ser capaz de tomar o medicamento prescrito pelo médico sozinho.


Hoje, ainda mais depois da pandemia, autocuidado ganha novos contornos. Auto cuidar-se e perceber-se, saber identificar como você está: seja por dentro ou por fora. Um exercício simples é saber entender quando seu corpo precisa beber água: algumas pessoas vão identificar pelo aumento do calor, outras pela secura na garganta e outras vão sentir dores de cabeça, é que um sinal de desidratação.


Auto cuidar-se é ouvir os sinais do corpo. Saber pausar quando um trabalho não evolui, saber a hora de saciar sua fome. Cada um de nós tem um relógio biológico que deveria ser respeitado, entendo a mudança de rotina, acredite, mas um começo é estabelecer novas rotinas. Talvez você até já tenha estabelecido, ou não, mas nunca é tarde para começar.


Auto cuidar-se também é observar os pensamentos e emoções. Há muitos anos eu proponho aos meus pacientes um convite lúdico, uma brincadeira: imagine que você vai fazer uma viagem, o que fazemos antes de embarcar, fazemos um check-in. Em vez de conferir se seu nome está escrito corretamente na passagem, o convite é chegar o próprio humor. Acordei, como está meu humor hoje?


Humor é um estado emocional prolongado. Algumas pessoas são tipicamente mais expansivas outras mais introspectivas, sem julgamento, afinal cada um de nós sabe a dor e a delícia de ser quem é. Então, a primeira coisa a fazer é perceber qual é o seu humor e checar como você está, antes mesmo ver como as coisas estão no mundo.


Existem listas e listas de como você pode cuidar da sua saúde mental, mas nenhuma delas vai ser efetiva se você, sim você mesmo começar a entender que você precisa de cuidados. Então fica o meu convite, você se auto cuidou hoje?


Temos trabalho em várias frentes para trazer ao Carcará maneiras de ajudar aos leitores a vivenciar este momento minimizando os possíveis impactos. Infelizmente ontem não teremos a live, mas estamos buscando assuntos relevante para as próximas.


Ainda está disponível na página do Instagram do Carcará a Live: O Oscar vai para... com a jornalista Mariana Beltrão com nossas apostas (quase certeiras) sobre os vencedores do Oscar 2021 e os motivos pelos quais vocês poderiam se dar a oportunidade de assistir estes filmes.


E se você ainda não leu a primeira parte do artigo, Ano I, clique aqui






Psicóloga Masilvia Diniz

@psicomasilviadiniz

Clínica da Ansiedade e Depressão - CRP-06/89266

Atendimento Online para todo Brasil












Convido você a contribuir com esta coluna. Deixe seu comentário o que achou do tema, experiências que queira dividir ou até indicar quais temas devam ser abordados.

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