Uma organização, para sobreviver, precisa mostrar resultados. No entanto a grande questão reside quando a busca pela performance se torna incessante e doentia, a ponto de prejudicar a saúde física e mental dos colaboradores.
Estamos vivendo tempos difíceis com a pandemia, o medo, as incertezas, o isolamento social, tudo isso aliado a implementação do Home – office ( que sem dúvida alguma é importante e determinante para a continuidade das atividades nas empresas) , acabou por impactar negativamente na qualidade de vida dos profissionais de uma maneira generalizada.
A Síndrome de Burnout
É uma das piores consequências para os profissionais que vivem sob o domínio do excesso de responsabilidades, de competitividades, workaholics e pessoas exageradamente perfeccionistas A cobrança exacerbada de si mesmo, e pelos superiores, acaba impactando de forma negativa na vida pessoal e profissional.
Além disso, outro estudo mostrou que as pessoas muito empáticas são mais suscetíveis ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout. Isso porque elas absorvem toda a carga emocional de terceiros para si, o que é uma prática negativa. A dor do outro acaba fazendo com que elas se preocupem excessivamente e sobrecarreguem o seu emocional.
Caracterizado como um transtorno, a Síndrome de Burnout é encontrada na CID-10 (Classificação Estatística e Internacional de Doença e Problemas Relacionados à Saúde), e é um distúrbio emocional cujos sintomas são esgotamento físico, estresse e sensação de exaustão.
Pessoas com esse transtorno se afastam do trabalho, aumentam o absenteísmo e, em alguns casos, chegam a ter depressão profunda. Alguns pedem demissão e até saem da área de atuação para almejar algo melhor e menos desgastante. Os principais sintomas são: distúrbio do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor, falhas de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite e agressividade.
O distúrbio se manifesta quando a relação com o trabalho acaba se transformando em estresse, ansiedade e nervosismo intensos. A pessoa acaba sendo levada ao seu limite, físico e/ou emocional, sentindo-se extremamente cansada, desmotivada e esgotada.
Existem meios de prevenir e de tratar o Burnout.
A prevenção se dá por meio de praticas simples e ate mesmo prazerosas, que podem ajudar preventivamente, seguem algumas dicas: a prática de exercícios físicos, alimentação adequada, momentos de lazer, menos cobrança, reorganização do tempo, utilizar os seus dias de férias e de folga, cultive relacionamentos saudáveis no trabalho, meditação ou Yoga, enfim, a busca do equilíbrio é o grande segredo para a manutenção da saúde física e mental.
Esse está sendo mais um grande desafio da área de Gestão de Pessoas das empresas, cuidar também da saúde mental do colaborador. Parte na frente empresas como a AMBEV que durante a pandemia criou a primeira Diretoria de Saúde mental. Uma estratégia inovadora, ousada e humanizada. Não tenho dúvidas que esse será o grande diferencial das empresas em um futuro próximo e uma tendência que há de ser concretizada
É preciso enxergar o colaborador em sua totalidade, enxergar suas vulnerabilidades e que os líderes assumam uma gestão humanizada, promovendo em suas organizações o impulso das relações com os colaboradores baseadas em princípios e valores humanos, além do exercício de práticas de cuidado que fortalecem o sentimento de realização profissional e pessoal, dessa forma haverá uma melhor convivência no ambiente de trabalho e a redução dos casos da Síndrome de Burnout nas empresas.
Fátima Santana é apaixonada por gestão e gente, atua como executiva há mais de 17 anos em empresas dos segmentos da indústria, construção civil e saúde.
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceara e Administração de empresas pela Unifor, com MBA em Gestão financeira e Controladoria - FGV e MBA de Gestão Estratégica de Pessoas - FGV.
Formação em Mentoria Estratégica , pelo Creative Learning Institute , Gestão, Estratégia e Liderança - APG Sênior - Amana Key e A Busca por Excelencia com Foco em Resultados - Modelo Disney - IBEX e IDEPRO – Orlando/EUA
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A síndrome se encaixa em doenças do trabalho?
Excelente artigo. Espero que as empresas se atentem mais para esse problema