Menem governou a Argentina entre 1989 e 1999, sendo a pessoa que mais tempo comandou o país vizinho de forma ininterrupta. Política de privatização e forte abertura às importações o distanciaram da doutrina estatista e industrial histórica de sua força política, o peronismo.
Carlos Menem, ex-presidente da Argentina e atual senador pela província de La Rioja, morreu neste domingo (14), aos 90 anos.
Ele foi a pessoa que mais tempo comandou o país vizinho de forma ininterrupta -- foi presidente de 1989 a 1999, com uma política de privatização e forte abertura às importações que o distanciou da doutrina estatista e industrial histórica de sua força política, o peronismo do Partido Justicialista. Um outro ramo desse grupo agora exerce o poder novamente, com Alberto Fernández como presidente.
Sua visão privatizante e liberal fez dele figura querida para o Fundo Monetário Internacional, os investidores de Wall Street, os republicanos dos EUA e o Fórum Econômico Mundial de Davos.
Formado em direito, Menem foi governador de sua província natal, La Rioja, em duas ocasiões, a primeira em 1973, embora tenha sido destituído do cargo quando ocorreu o golpe de 1976 e foi detido por dois anos.
Saúde debilitada
Ativo na política quase até o fim da vida, Menem chegou a participar das primeiras reuniões virtuais do Senado argentino em meio à pandemia do coronavírus.
Uma grave pneumonia diagnosticada em 13 de junho, piorada por seus problemas de diabetes, afetou seriamente sua saúde nas últimas semanas.
Ele esteve internado primeiro no Instituto Argentino de Diagnóstico (IADT). Depois, foi transferido para o Sanatório Los Arcos, no bairro portenho de Palermo, para fazer um check-up de próstata, mas foi diagnosticado com uma infecção urinária que complicou seus problemas cardíacos.
Na véspera de Natal, ele foi induzido ao coma após apresentar insuficiência renal. Mais tarde chegou a ser despertado e se sentia melhor, mas acabou falecendo nesta mesma clínica.
O ex-presidente teve três filhos em dois casamentos, o primeiro com Zulema Yoma e o segundo com a ex-miss Universo Cecilia Bolocco.
Governo brasileiro se manifesta
Por meio de mensagem, o Itamaraty lamentou a morte do ex-presidente argentino. Confira a íntegra abaixo:
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com pesar, do falecimento de Carlos Saúl Menem, ex-Presidente da República Argentina.
Presidente de 1989 a 1999, Carlos Menem foi o signatário argentino, em 1991, do Tratado de Assunção, que constituiu o MERCOSUL. No mesmo ano, seu governo firmou o Acordo para o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear, que estabeleceu a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC). Foi estadista com papel marcante no avanço das relações com o Brasil e da integração regional, com base no conceito de integração aberta e na projeção internacional de nossos países.
O governo brasileiro transmite ao governo e ao povo da Argentina e aos familiares do ex-Presidente Menem as suas profundas condolências."
Fonte G1
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