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Apenas 5 de 92 blocos são arrematados em leilão de petróleo e gás da ANP

Shell e Ecopetrol foram as únicas empresas interessadas; bônus total a ser pago pelo direito de exploração será de R$ 37,1 milhões

Dos 92 blocos ofertados no leilão da ANP desta 5ª feira (07.out.2021), apenas 5 foram arrematados. Desses, a Shell levou 4, além de outro em consórcio com a Ecopetrol Óleo e Gás — todos na Bacia de Santos. As outras 7 empresas que haviam manifestado interesse, oficialmente, no leilão, não fizeram nenhuma oferta. Foram elas: 3R Petroleum, Chevron, Total, Ecopetrol, Murphy, Karoon, Wintershall Dea e a Petrobras.

Todos os blocos fazem parte da área chamada pós-sal, de menor potencial produtivo em relação às áreas do pré-sal.


Eis o resumo do leilão:


° Bônus a ser pago ao governo federal: R$ 37, 1 milhões.


° Ágio do bônus: 0%.


° Investimento previsto: R$ 136,3 milhões. O Poder360 apurou que o resultado já era esperado pelo mercado, pois tanto a Petrobras quanto as grandes empresas estrangeiras estão focadas no pré-sal. Já as empresas menores estão mais interessadas nos desinvestimentos que a estatal brasileira pretende fazer. O leilão estava envolvido em uma questão delicada, da presença de blocos da Bacia Potiguar, próximo ao arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e da Reserva Biológica Atol das Rocas (reconhecidos como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco). O Poder360 apurou, porém, que esse não foi o principal fator para o desinteresse das empresas pelo certame.

Segundo o engenheiro Paulo César Ribeiro, especialista em petróleo e gás, as melhores áreas de exploração já foram arrematadas, tanto em se tratando dos leilões do pré-sal, em anos anteriores, quanto do volume excedente da cessão onerosa, ocorrido em 2019, quando a Petrobras arrematou os campos de Itaipu e Búzios. O segundo leilão, marcado para dezembro, também pesou no resultado desta 5ª feira. “As que estão sobrando nao são muito boas. A Bacia de Santos é a única que tem realmente potencial de ter alguma coisa maior. Por isso, a Shell pegou. Se você, empresa, tem uma área boa do pré-sal, já licitada, porque vai perfurar poço em uma área que não tá tão identificada, tão conhecida?“, disse Ribeiro. Por nota, o Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, afirmou que essa rodada do leilão focou em novas fronteiras exploratórias, consideradas de muito risco para as empresas do setor. Ele disse também que a pandemia afetou os orçamentos das companhias para 2021, que foram definidos em 2020, quando a pandemia do coronavírus estava mais acentuada. “E o contexto da indústria internacional do petróleo é ainda bastante desafiador. Com tudo isso, não havia, nem poderia haver, expectativa de que todos os blocos fossem arrematados. Cada bloco arrematado em uma nova fronteira é uma grande vitória porque, além dos investimentos, representa a abertura de novas possibilidades para futuras licitações”, afirmou Saboia, na nota.

Após a divulgação do resultado, a Shell afirmou que as suas ofertas foram mais um passo no crescimento do seu portfólio no Brasil e que o leilão foi uma prova de que o país continua apresentando boas oportunidades em uma área importante para a geração de caixa. Eis a íntegra da nota: Na 17ª rodada de licitações realizada hoje pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) neste ano, a Shell Brasil deu mais um passo em direção ao crescimento de seu portfólio no país. No leilão de hoje, adquirimos cinco blocos: o bloco S-M-1709, na Bacia de Santos, terá a Shell como operadora, com participação de 70%, em parceria com a Ecopetrol (30%). Nos demais blocos (S-M-1707, S-M-1715, S-M-1717 e S-M-1719), a Shell Brasil entrou sem sócias. No total, a empresa pagará um bônus de R$ 35,1 milhões pelos cinco blocos. O leilão de hoje é mais uma prova de que o Brasil segue apresentando boas oportunidades numa área de negócios que continuará sendo fundamental para a geração de caixa da companhia. Da exploração ao descomissionamento, em projetos operados por nós ou não, no pré-sal ou no pós-sal, em diferentes bacias sedimentares brasileiras, nosso portfólio reflete cada vez mais a importância da Shell Brasil como motor para viabilizar a transição energética”. Fonte: Poder 360

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